Acabou de chegar uma mensagem no meu celular. Olho a mensagem e vejo a foto de minha filha de 3 anos toda caracterizada para andar de patins. A insegurança me invade com uma força tão grande! Mas essa insegurança que me consome não é pelos machucados que ela poderia adquirir acerca dos tombos que poderiam acontecer, mas da distância que ultimamente mantenho dela, sei que o aperto que senti foi a vontade de estar alí para ensiná-la a se equilibrar em cima do patins e derrepente me passou pela cabeça quantas coisas estou deixando de ver, de sentir e de ensinar. Estou em crescimento profissional e minha vida pessoal está um pouco corrida. Sempre em meus diálogos internos percebo que estou tentando me convencer " calma é passageiro, vai passar, tudo volta ao normal (rotina de ser mãe, dona de casa, levar filhos na escola e etc...)" mas no fundo eu sei que isto não será possível e essa certeza me faz sentir uma certa distância, me bate uma frieza, me sinto como se estivesse deixando uma parte boa da minha vida para trás, pois quanto mais me vejo perto das realizações dos meus objetivos profissionais me enxergo distante da imagem que tinha de minha mãe, minhas tias e primas cuidando de seus filhos, a impressão que tenho que quanto mais maternal somos mais distantes nos tornamos de ser a profissional de sucesso.Com tudo isso me pergunto se vale a pena? e por incrível que pareça a resposta mais sensata que me vem a cabeça é que sim, e sabe por que? porque a vida é feitas de escolhas, e que devemos estar atentos a qualidade da convivência que temos com nossas crianças. O importante é agir para não se lamentar de ter abdicado de sonhos, vontades e oportunidades. Então, chego a conclusão que essa ausência me machuca, mas que é necessária para a sobrevivência e o entendimento deles no futuro. Sejamos leves em relação a cobrança conosco, sejamos gentis com a gente mesmo, pois assim eles entenderão porque não abrimos mão de nos destacar profissionalmente, e no final, nossos filhos nos serão gratos pela força, dedicação e de todo o ensinamento que lhes passamos, sentirão o quanto são amados e que no fundo no fundo todo esse sacrifício faz parte do próprio aprendizado deles e com toda certeza levarão consigo a lição do exemplo. O exemplo do esforço, da vontade de lutar e vencer, que os acompanharão quando eles começarem sua jornada. Termino aqui dizendo que somos guerreiras de alma e coração.
Lene Oliveira
Gestão de Pessoas
Coach e Practitioner Avançado em Programação Neurolinguística
Desenvolvimento Humano